quarta-feira, 16 de junho de 2010

Japão pode deixar Comissão Internacional da Baleia

O Japão pode deixar a Comissão Internacional da Baleia (CIB) se não houver um afrouxamento nas restrições impostas à caça comercial do animal, afirmou nesta terça (15) o ministro da pesca do país.

A CIB, o órgão internacional que regula a caça comercial de baleias, irá se reunir para sua conferência anual na próxima semana em Agadir, no Marrocos. A expectativa é que se chegue a um meio-termo entre as exigências de países a favor e contra a caça de baleias, o que pode incluir a possibilidade de caça em uma escala reduzida.

Uma moratória está em vigor há 25 anos, mas países como o Japão, Noruega e Islândia ainda caçam baleias valendo-se de várias exceções previstas no acordo. Uma proposta da CIB circulou em abril sugerindo permitir a caça restrita por um período de 10 anos.

O Japão tem frequentemente ameaçado retirar-se da ICB no passado. "Esse é realmente o estágio final, e não sabemos o que vai acontecer", disse Mashiko Yamada, ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca, que assumiu o cargo há apenas uma semana.

A proposta que permite a pesca comercial atraiu críticas de todos os lados. O ministro das Relações Exteriores na Nova Zelândia e o ministro do Meio Ambiente da Austrália participarão da conferência no Marrocos. Yamada, porém, não irá, alegando problemas de orçamento. O governo japonês ainda não decidiu quem irá representá-lo.

"Este é uma das mais importantes conferências da comissão nos últimos 30 anos. Espero sinceramente que todas nações-membro compareçam determinadas a sair desse impasse que tem marcado a ICB por tanto tempo", disse o ministro do Meio Ambiente da Austrália, Peter Garrett.

Países que são contra a caça de baleias, incluindo Austrália e Nova Zelândia, não aceitam um sistema de cotas e querem que o Japão pare com a caça em águas do Oceano Austral, próximo a Antártida.

O programa de caça japonês envolve grandes expedições ao Oceano Austral, enquanto outros países caçam baleias apenas próximo a suas costas.

O Japão alega que sua caça é motivada por razões científicas, mas opositores dizem que isso é apenas uma desculpa para a caça comercial. A Austrália está processando o Japão na Corte Internacional de Justiça.Informações da Folha.

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