Pássaros com ambientes quentes tendem a possuir bicos maiores, como os tucanos, como uma teoria do século XIX já afirmava
Na década de 1880, um zoólogo americano chamado Joel Allen afirmava que animais em climas frios evoluíam para possuir membros (braços e pernas, orelhas, caudas) mais curtos do que aqueles em climas quentes, visando minimizar a área de superfície e, consequentemente, minimizar a perda de calor. A teoria, conhecida como lei de Allen, apareceu por muito tempo em livros de biologia – mas as evidências científicas para sustentá-la permaneceram fracas.
Agora, um estudo comparando bicos de pássaros fornece as evidências mais substanciais em apoio à lei de Allen.
Pesquisadores examinaram mais de 200 espécies de pássaros e descobriram uma relação significativa entre o comprimento do bico e o clima. Pássaros que vivem em ambientes quentes, como o tucano, tendem a possuir bicos maiores. Aqueles de ambientes mais frios, como o peru, têm bicos menores.
No caso do tucano, de 30 a 60% do calor corporal podem ser perdidos pelo bico. Num ambiente quente e tropical, isso é extremamente útil.
Em média, pássaros vivendo em climas mais frios, como o peru e a perdiz, possuem bicos três a quatro vezes menores do que nos pássaros de climas mais quentes, segundo Glenn Tattersall, biólogo da Universidade Brock, em Ontário, e um dos autores do estudo. Isso os ajuda a reter o calor do corpo, explicou Tattersall.
Para o estudo, ele reuniu dados sobre pássaros que vivem no clima frio do Canadá, enquanto seu co-autor, Matthew Symonds da Universidade de Melbourne, focou em pássaros que vivem em climas quentes.
Seu estudo aparecerá numa próxima edição da “The American Naturalist”.
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