A comunidade de Minuim, situada no município de Santa Brígida, se prepara para receber sistema de dessalinização - retirada de excesso de sal e outros minerais da água, para torná-la mais potável. A população da região será treinada a partir de hoje (18) para se adaptar ao processo que faz parte da implantação da Unidade Demonstrativa do Programa Água Doce (PAD).
Estão agendadas oficinas de sustentabilidade com alunos de escolas municipais e a comunidade (18) e, para amanhã (19), curso teórico e prático para operadores do sistema de dessalinização, além de um acordo de gestão construído e aprovado pelos moradores da localidade. Serão acordadas as regras que irão orientar os direitos e os deveres de todas as pessoas a serem beneficiadas pela água produzida pelo sistema de dessalinização.
A Unidade Demonstrativa compõe o sistema de produção integrado, que abrange a recuperação ou instalação de dessalinizador, criação de tilápia e cultivo da erva-sal (Atriplex nummularia). Desenvolvido pela Embrapa Semiárido, o sistema servirá à população de Minuim como uma alternativa de uso adequado para o efluente (carga orgânica concentrada) do sistema de dessalinização, minimizando impactos ambientais e contribuindo para a segurança alimentar. As atividades iniciaram-se em maio, por meio das obras civis, incluindo o sistema de irrigação. O plantio das mudas da erva-sal ocorreu no início de julho, através da equipe da Embrapa Semiárido, contando com apoio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda) e da população.
O sistema de produção integrado é composto por quatro subsistemas interdependentes: 1) O processo de dessalinização torna a água potável. 2) No segundo momento, o efluente do dessalinizador (concentrado), solução salobra ou salina, é enviado para tanques de criação de peixes, nesse sistema de produção, a tilápia. 3) Posteriormente, o efluente dessa criação, enriquecido em matéria orgânica, é aproveitado para irrigação da erva-sal (Atriplex nummularia) que, por sua vez, é utilizada na produção de feno. 4) A forragem, enfim, com teor protéico entre 14 e 18%, é utilizado para a engorda de caprinos e/ou ovinos da região, fechando assim o sistema de produção integrado ambientalmente sustentável.
Na Bahia, o Água Doce é coordenado pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), em parceria com a Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (Cerb), Instituto de Meio Ambiente (IMA), Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), Secretaria Estadual de Saúde (Sesab/Divisa), Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Bahia Pesca, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda) e Departamento Nacional de Obras de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Água Doce
O Programa Água Doce (PAD) estabelece uma política pública permanente de acesso à água potável para consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental e socialmente sustentáveis por meio do uso de tecnologias alternativas. No período de 3 a 6 deste mês ocorreu o IV Encontro de Formação do PAD, em Natal (RN). A abertura do evento no município de São José do Seridó contou com a presença do diretor-geral do Ingá, Wanderley Matos, que assinou a renovação do Termo de Cooperação Técnica, dando prosseguimento ao Programa.Informações do INGÁ.
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