segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Preocupação com as mudanças climáticas


Se começar a fazer muito calor, inexplicavelmente, basta ligar ou comprar um ar condicionado? Para muita gente, ainda é assim, sem saber que pode estar contribuindo para esse aumento de temperatura com simples atitudes diárias que poderiam ser mudadas.

Esta semana, o Brasil promete defender posições firmes e cobrar medidas dos países desenvolvidos de proteção ao meio ambiente na conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas, que começa amanhã, em Copenhague.

E, enquanto na Dinamarca se espera que as políticas mundiais sejam definidas, a dificuldade de mobilização das pessoas para as mudanças climáticas persiste. Especialistas alertam que o problema do aquecimento global não é apenas uma questão "macro", a ser discutida pelos principais governantes do mundo.

Cada um pode e já deveria estar fazendo a sua parte. Informações sobre o tema não faltam. Todos sabem que o planeta está passando por alterações e que é preciso fazer a sua parte. Mas participar com medidas simples (ver quadro), efetivamente, parece ainda estar longe da realidade de muitas pessoas.

Para a bióloga Nurit Bensusan, autora do livro Meio Ambiente: e eu com isso?, isso acontece porque muita gente não tem noção exata de que esbanjar energia tem reflexos imediatos na sua vida e no seu bolso.

Por exemplo, o tratamento da água depende da qualidade com que ela chega para o procedimento. "Isso influi diretamente no valor da conta de água. É só um caso em que a questão ambiental pode piorar a exclusão social, pois se a conta de água triplica, alguns vão achar caro mas continuarão pagando. Mas tem muita gente neste País que não vai ter dinheiro para pagar essa conta", relaciona Bensusan.

Por outro lado, muitas dessas mudanças podem ser mais fáceis com ações estimuladas pelo poder público. "Melhorar o transporte público vai permitir às pessoas deixarem o carro em casa pelo menos duas ou três vezes por semana", exemplifica a coordenadora do setor de mudanças climáticas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), Manyu Chang.

"Para ter envergadura nas ações e nos resultados, é muito importante que se tenha políticas públicas, mas ao mesmo tempo, ações individuais", ressalta Chang.

Segundo ela, mudanças nas leis poderiam provocar essas alterações mais rapidamente. "Novas construções ou casas a partir de uma certa dimensão poderiam ter o comprometimento de instalar aquecedor solar, o que é relativamente fácil para os resultados que se obtém", sugere.

Redução em impostos, como no IPVA para quem tem carros flex, ou no IPTU para quem faz uma construção sustentável, são outras propostas que poderiam ser adotadas pelos governos, que podem ganhar competitividade.

"Quando se aplica essas propostas, além de reduzir o aquecimento, há vantagens secundárias e pode se começar a ter lucro. A economia com baixo uso de carbono é se preparar para o futuro", acredita Chang.

Fonte: Ecóleo

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