Com a ajuda do Governo da Bahia, os países africanos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe terão o suporte necessário para a elaboração e reformulação dos seus principais instrumentos de gestão das águas. A ação vai permitir ao Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) contribuir, no prazo de um ano, para a construção da primeira Lei Nacional das Águas e da implementação do primeiro Plano para Adaptação às Mudanças Climáticas de São Tomé e Príncipe.
A ação é resultado da cooperação técnica entre o Governo Brasileiro e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, que vem sendo construída desde 2008, com o objetivo de promover a Cooperação Sul-Sul, com garantia do desenvolvimento com a preservação e conservação das águas. A parceria envolve um investimento do Ministério das Relações Exteriores, através da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), de cerca de U$ 600 mil, além do custeio da publicações institucionais resultantes do projeto.
A primeira fase do Projeto de Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento foi definida no mês de outubro, quando uma delegação brasileira formada por representantes da Assessoria Internacional do Governo da Bahia, do Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) e da ABC/MRE esteve em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Na ocasião, foram estabelecidas as linhas gerais da parceria, que vai exportar pela primeira vez o modelo de gestão das águas da Bahia para as nações africanas.
O projeto foi recebido com entusiasmo pelas autoridades locais. A ministra de Recursos Naturais, Energia e Ambiente de São Tomé e Príncipe, Cristina Dias, considera a iniciativa o primeiro passo de uma grande caminhada que aprofunda cada vez mais os laços históricos entre a Bahia e o continente africano. Já o embaixador brasileiro em São Tomé, Artur Meyer, classifica o projeto “como um dos mais significativos da agenda bilateral de cooperação entre o Brasil e a África, por trazer à tona a importância da preservação dos mananciais hídricos e a adaptação às mudanças climáticas”, ressalta.Um dos participantes da missão, o assessor para Povos e Comunidades Tradicionais do INGÁ, Diosmar Filho, acredita que a cooperação será providencial para os dois países, cujas principais fontes de água para consumo vêm da captação da água em nascentes e da perfuração de poços e da dessalinização da água do mar.
“Em Cabo Verde, a irregularidade das chuvas e a inexistência de mecanismos de retenção fazem da insuficiência de água uma das principais dificuldades enfrentadas pelo país”, analisa. “O projeto será uma oportunidade ajudar na construção de um marco legal para gestão das águas e de também de disseminar os bons resultados alcançados pela Bahia na área hídrica, como os Programas Água para Todos, Monitora, a gestão participativa no âmbito dos Comitês de Bacias Hidrográficas e a educação ambiental para as águas”, diz o assessor.
Fonte: Ingá
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