O presidente da Comissão Especial dos
Códigos Ambiental e Florestal, deputado Moacir Michelleto (PMDB-PR),
criticou a atual legislação ambiental brasileira e a classificou como
fragmentada, ideológica, sem base científica, incoerente e ineficiente,
por não proteger o meio ambiente e dificultar o desenvolvimento.
Michelleto, que participa neste momento de seminário sobre o Código
Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65), disse que o código precisa ser
modificado.
Para o deputado, é preciso haver normas gerais da União relacionadas
ao meio ambiente, mas cada estado deveria ser autorizado a elaborar os
próprios zoneamentos econômico ecológicos, a partir de suas
potencialidades e fragilidades. “Os estados, identificando suas áreas
frágeis, é que devem definir a porcentagem e onde serão as suas
reservas e áreas de proteção”, declarou.
Michelleto disse que a nova legislação precisa definir os bens
ambientais a proteger, mas ressaltou que o primeiro que merece proteção
é o ser humano. Ele lembrou, ainda, que o setor agropecuário é grande
gerador de empregos no Brasil e defendeu o pagamento por serviços
ambientais prestados pelos proprietários rurais.
A comissão especial presidida por Michelleto foi criada para
analisar seis propostas que alteram o Código Florestal ou propõem sua
substituição por novas leis. O parecer sobre os projetos (PLs 1876/99,
4524/04, 4395/08, 5020/09, 5226/09 e 5367/09) será elaborado pelo
relator da comissão, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O seminário de hoje sobre o Código Florestal está sendo promovido pela liderança do PCdoB na Câmara.
Na abertura do evento, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou
que o debate sobre o código precisa levar em consideração a extensão do
território brasileiro e o contexto econômico nacional e mundial.
Segundo Rabelo, o PCdoB defende um modelo de desenvolvimento econômico
sustentável, sem os extremos do “desenvolvimento total” ou da
“preservação total”. Ao mesmo tempo, ele disse que o Brasil precisa de
desenvolvimento acelerado e contínuo.
Rabelo também defendeu uma discussão sobre a aplicação de mecanismos
previstos no Código Florestal, como a reserva legal e a área de
preservação permanente. Segundo ele, esses mecanismos são fundamentais
para a proteção do solo e da água.
Fonte: Agência Câmara
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