O que mobiliza essa luta incessante
É o desejo latente de ajudar a equilibrar
Essa caminhada humana errante
Que mata e destrói no rompante constante de lucrar
O corpo do que se entende por humano
Parece perder a cada ano
A potencialidade de sentir,
De se solidarizar e agir
O abraço é distante,
As mãos vacilantes,
As relações são superficiais,
Violência e egoísmo são banais,
Os círculos e cirandas já não se fecham mais,
E a vontade que se tem é de se refugiar
Porque olho para trás
E vejo que de toda e qualquer movimentação mundial
O saldo de amor ainda é negativo,
A causa da justiça e da paz clama no caos,
As lutas ainda são instintivas,
E as pessoas ainda não se deram as mãos...
Aí me encontro onde dedos se enlaçam,
vejo esforços adubados na esperança,
e percebo-os embebidos nas utopias que movimentam
essas mãos que se encontram.
Essas mãos não fecham uma grande roda
Mas se refugiam nesses abraços
De alguns que tomam aquelas causas para si
E não podam grandes sonhos para seguir
Mãos que permitem acreditar
Que assim, viver faz sentido
Mas ao mesmo tempo me fazem questionar
Por onde andam outras mãos?
Como e por onde têm vivido?
Eva Passos
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