segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Por onde andam outras mãos?

O que mobiliza essa luta incessante

É o desejo latente de ajudar a equilibrar

Essa caminhada humana errante

Que mata e destrói no rompante constante de lucrar

O corpo do que se entende por humano

Parece perder a cada ano

A potencialidade de sentir,

De se solidarizar e agir

O abraço é distante,

As mãos vacilantes,

As relações são superficiais,

Violência e egoísmo são banais,

Os círculos e cirandas já não se fecham mais,

E a vontade que se tem é de se refugiar

Porque olho para trás

E vejo que de toda e qualquer movimentação mundial

O saldo de amor ainda é negativo,

A causa da justiça e da paz clama no caos,

As lutas ainda são instintivas,

E as pessoas ainda não se deram as mãos...

Aí me encontro onde dedos se enlaçam,

vejo esforços adubados na esperança,

e percebo-os embebidos nas utopias que movimentam

essas mãos que se encontram.

Essas mãos não fecham uma grande roda

Mas se refugiam nesses abraços

De alguns que tomam aquelas causas para si

E não podam grandes sonhos para seguir

Mãos que permitem acreditar

Que assim, viver faz sentido

Mas ao mesmo tempo me fazem questionar

Por onde andam outras mãos?

Como e por onde têm vivido?

Eva Passos

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