terça-feira, 10 de julho de 2012

Que a comunidade continue dando seus gritos...!

Vivemos tempo de preparação para o período eleitoral propriamente dito, e nessa época, é sabido por todos que há um intenso fluxo de entrada e saída de funcionários da rede municipal por questões políticas. Apesar da banalidade em que esse fato é colocado e encarado socialmente, não condiz de maneira alguma com um cenário que favoreça a prestação de bons serviços, já que, quando o funcionário consegue estabelecer um vínculo, ritmo de trabalho, aprimorar sua prática, dentre outros, é dispensado (por telefone) e deve sair para dar lugar a outra pessoa. 
Na saúde então, esse fato é lamentável, considerando os princípios e diretrizes que regem nosso Sistema Único (SUS), dentre os quais cito o controle social: a sociedade determinando o rumo dos serviços/ sistemas - o que infelizmente não acontece na proporção em que deveria ser, mas persiste de forma latente, mesmo diante de fadadas tentativas de ignorá-lo.
Vou relatar aqui uma das aulas que a comunidade feirense deu esses últimos dias sobre o que se chama de Saúde Coletiva e que envolve tudo isso: diante da demissão de uma funcionária competente e querida pela comunidade da área adscrita à determinada Unidade de Saúde da Família, contratada há 12 anos atrás, a comunidade se organizou e protestou. Protesto organizado, politizado, panelaço, apitaço, buzinaço, gritos de guerra, cartazes, cobertura da mídia, consciência de deveres e direitos que resultaram no retorno da técnica em menos de um turno do dia.
Para quem tem dúvidas sobre determinados conceitos, aí está um exemplo de estabelecimento de vínculo e de exercício do controle social.
Com saúde não se brinca! Politicamente correto mesmo, seria a presença de profissionais selecionados criteriosamente e empossados meritocraticamente por concursos públicos!
Todavia, enquanto isso, que a comunidade continue dando seus gritos...!

Um comentário:

Alexandro Gesner disse...

E que esses gritos sejam frequentes, como frequentes são as diversas arbitrariedades cometidas pelos governantes. Que os gritos ecoem pelos corredores, salas, instituições, comunidades e se encontrem também nas urnas, através do voto, destituindo quem atua contra o povo e dando oportunidade a quem quer fazer diferente.
Valeu, Eva.