Os biomas são diretamente influenciados pelo clima, pelo relevo, pelas correntes de ar, pelas correntes marítimas e principalmente pelo homem.
Este trabalho apresenta as características do bioma Pampas para melhor entendê-lo.
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O nome pampas, de origem quechua (língua indígena da América do Sul, também falada no império Inca), significa região plana.
Os pampas abrangem uma área de 700 mil Km2, ocupando cerca de 2,4% da vegetação brasileira, regiões pastorís de planícies entre o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, as províncias argentinas de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé, Entrerríos e Corrientes e a República Oriental do Uruguai. Estão localizados entre 34º e 30º latitude sul e 57° e 63° latitude oeste.
Os campos sulinos foram palco da Guerra do Paraguai (1865-1870) entre Brasil, Paraguai, Argentina e futuramente Uruguai.
Embora seja uma região de campos, os pampas também têm áreas de cavernas e grutas, como a Pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, e sítios arqueológicos, como o da cidade de Mata, onde há exemplares de árvores petrificadas, de milhares de anos.
Os pampas têm a vegetação herbácea, de 10 a 50 cm de altura, como vegetação predominante. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se, para quem os avista de longe, a um imenso tapete verde (figura 2).
As florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). E em direção ao arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.
É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas (espécies que se desenvolvem numa região muito restrita), raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.
As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá.
Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gaturamos.
Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.
Um dos animais ameaçados de extinção está o Gato dos Pampas (Felis Colocolo) que mede 85 cm, sendo 25 cm de calda. O habitat dele se estende desde o Sul da Patagônia, por quase toda a Argentina, Chile, peru e Equador. No Brasil atinge o Estado de Mato grosso do Sul, onde é encontrado em todo "chapadão".
O gato dos pampas é de hábito noturno, como a maioria dos felinos.
Alimenta-se de pequenos mamíferos e aves. A fêmea dá à luz de 1 a 3 filhotes, geralmente no oco de uma árvore.
O relevo aplainado entre 500m e 800m de altitude, o clima subtropical com temperaturas amenas, chuvas constantes e solo fértil contribuíram para que a atividade agropecuária se desenvolvesse rapidamente, contribuindo fortemente com a economia local e de todo o país.
As principais produções agrícolas são: arroz, milho, trigo, soja e uva.
As principais criações pecuárias são de bois e ovelhas.
O desenvolvimento desordenado apresenta sérios riscos de erosão, arenização e a extinção de vários animais nativos.
Para evitar que essa degradação dos campos sulinos atinja todas as áreas ainda intocadas pelo homem, ONGs reivindicam a criação de reservas naturais na região dos pampas.
Apesar da grande biodiversidade existente em nosso país, a nossa sociedade está degradando e utilizando áreas de mata nativa de forma errônea, assim diminuindo a diversidade da fauna, a flora e dos nutrientes da terra.
Conclui-se que devemos refletir sobre as conseqüências que causaremos ao alterar um ambiente auto-suficiente, pois quando chegarmos a um ponto crítico, será impossível de revertermos o ambiente altamente degradado em um semelhante ao natural.
Fonte: IBAMA